DECÁLOGO DO BOM PROFESSOR
Vicente Martins
O professor do século XXI é aquele que além da competência, da habilidade interpessoal, do equilíbrio emocional, tem a consciência de que mais importante que o desenvolvimento cognitivo é o desenvolvimento humano, e que o respeito à diferença está acima de toda pedagogia. Portanto, eis os 10 passos.
1)Aprimorar o educando como pessoa
A nossa grande tarefa não é a de instruir, mas a de educar o aluno como pessoa humana, como pessoa que vai trabalhar num mundo tecnológico povoado de corações, de dores, incertezas e inquietações humanas. De nada adianta o conhecimento bem ministrado em sala de aula, se fora da escola o aluno se torna um homem brutalizado, desumano e patrocinador da barbárie.
2)Preparar o educando para o exercício da cidadania
O cidadão não começa quando os pais registram seus filhos no cartório, nem quando o filho, aos dezoito anos, tira sua carteira de identidade. A cidadania começa na escola, desde os primeiros anos da educação infantil e se estende à educação superior; começa com o fim do medo de perguntar, de inquirir o professor, de cogitar outras possibilidades do fazer.
3)Construir uma escola democrática
A gestão democrática é a palavra de ordem na administração escolar. Os educadores que atuarão no novo milênio devem ter nela um principio do qual não arredam pé. Quanto mais a escola for democrática, menos erra e maior é a possibilidade de atender com equidade as demandas sociais. Quanto mais exercitamos a gestão democrática, mais nos preparamos para a gestão da sociedade política e civil organizada. Quem exercita a democracia em pequenas unidades escolares constrói um espaço próprio e competente para assumir responsabilidades maiores na estrutura do Estado.
4)Qualificar o educando para progredir no mundo do trabalho
A escola, através de sues professores, deverá qualificar o educando para aprender a progredir no mundo do trabalho, o que equivale a oferecer instrumentos para dar respostas não acabadas (a vida é um processo inacabado ) a novas demandas sociais, sem medo de perdas, de mudança, de se qualificar. Sem medo do novo.
5)Fortalecer a solidariedade humana
É papel da escola favorecer a solidariedade, mas não a de ocasião, que nasce de uma catástrofe, mas a do laço recíproco, cotidiano e de amor entre as pessoas. É na solidariedade que podemos desenvolver o sentido da adesão à causa do ser e apego à vida de todos os seres vivos.
6)Fortalecer a tolerância recíproca
Um dos mais importantes princípios de quem ensina e trabalha com criança, jovens e adultos é o da tolerância, sem o qual todo magistério perde o sentido de ministério. A tolerância começa na aceitação, sem reserva, das diferenças humanas, expressas na cor, no cheiro, no falar e no jeito de ser. Só a tolerância faz o educador admitir a convivência com alunos tão deferentes de si e, entre si.
7)Zelar pela aprendizagem dos alunos
O domínio do conhecimento não deve estar dissociado da capacidade de ensinar. De que adianta o conhecimento e são saber, de forma autônoma e critica, aplicar as informações? O zelo pela aprendizagem passa pela recuperação daqueles que tem dificuldade de assimilar informações, seja por limitações pessoais ou sociais.
8)Colaborar na articulação da escola com a família
O professor do novo milênio não é mais dono da verdade, capaz de dar respostas a tudo. Articular-se com as famílias é a primeira missão dos docentes, inclusive para contornar situações desafiadoras em sala de aula. Uma criança amada pela família e pela escola é disciplinada. Sem os pais nosso modo de ensinar não vai adiante.
9)Participar ativamente da proposta pedagógica da escola
A proposta pedagógica não deve ser exclusividade dos diretores da escola. O mundo globalizado para o professor começa por sentir-se parte das decisões da escola, da sua organização administrativa e pedagógica. Portanto um professor que não participa se perde na solidão de suas aulas e não tem como se imaginar um ser integrante de um processo holístico e globalizado.
10)Respeitar as diferenças
Se de um lado devemos levantar a bandeira da tolerância, do outro, temos que fazer o mesmo com o respeito às diferenças. Portanto, favorecer a unidade na diversidade; a semelhança na dessemelhança. Seguramente, na escola, há diferentes linguagens, variedades culturais, ideológicas, pedagógicas e diversos modos de ser feliz.
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